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coisas & loisas

coisas em que vou pensando e loisas de que gosto, ou não

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A Minha Visão…

29.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

Portugal

 

 

A Minha Visão… do que se está a passar

 

Vou tentar explicitar A Minha Visão do que se está a passar em termos de Relações entre Potências.

 

 

Actual Situação do Mundo


No meu entender o Equilíbrio Mundial foi rompido e as Potências estão, todas, a procurar aproveitar-se desse facto, ou para ganhar algo, ou para não perder algo. 

As Potências que foram hegemónicas entre 1815 e 2015Império Britânico (Londres), Império Russo (Moscovo) Império Germânico (Paris, Berlim, Bruxelas) e Império Germano-Americano (Washington) — buscam não perder a preeminência que tiveram. 

As Potências que provavelmente virão a ser hegemónicas no futuroImpério Chinês (Pequim) e Império Indiano (Nova Deli) — buscam alcançar a preeminência a que se julgam com direito. 

As restantes Potências buscam sobreviver nesta verdadeira Tempestade Geopolítica. 

Isto é o que acho que está a acontecer.

 

 

Actual Situação de Portugal
Portugal no Mediterrâneo e no Atlântico


Portugal
, o Portugal Ibérico, está na intersecção de três grandes espaços geopolíticos:  

1.º
O Espaço Balto-Mediterrânico, local de origem da Civilização Noética. 

2.º
O Espaço Norte-Atlântico que, pelo Tratado de Tordesilhas, ficou para a Isabel I, de Trastâmara, cujos descendentes o perderam, quase totalmente, para Holandeses e Ingleses. 

3.º
O Espaço Sul-Atlântico que, também por Tordesilhas, ficou para o João II, de Avis, cujos descendentes conseguiram evitar perdê-lo, quase totalmente, para Holandeses, Ingleses, Franceses, Belgas e Alemães. 


O projecto da Geração de 70, a que no pós-28 de Maio o Professor Armindo Monteiro e o Professor Marcelo Caetano deram corpo e cara, e que foi hegemónico no Estado Novo até 1961, era um Projecto Colonialista e Imperialista, no sentido que Lenine dá às palavras. 

Em 1961 o Professor Adriano Moreira e o Doutor Salazar mudaram de rumo e voltaram à Velha Tradição de Portugal. 

Posteriormente o Professor Adriano Moreira saiu do Governo porque o Doutor Salazar teve de reduzir a velocidade, de “maneirar”, devido às reacções muito adversas do Grupo Colonialista. Mas a viragem estava feita e o Processo de Desenvolvimento do Ultramar avançou, para grande desespero do Grupo Colonialista. 

Mais tarde, após o falecimento do Doutor Salazar, o Professor Marcelo Caetano, encabeçando o Grupo Colonialista, tentou a voltar mudar de rumo, mas agora com um Projecto Neocolonialista, apresentado como Liberal. 

Tentou voltar a mudar de rumo e fracassou miseravelmente!

Fracassou miseravelmente pela pura e simples razão de que ninguém tem várias vidas, nem morre a prazo, e nem os “Puros” nem os “Milicianos” estavam na disposição de morrer para defender as mordomias dos “Senhores Professores Doutores”. 

Actualmente, e devido à sua privilegiada situação de Placa-Giratória Entre-Mundos, Portugal é palco de uma luta surda entre as Potências atrás mencionadas. 

 

 

Post scriptum:  

Sou um Realista Histórico.  

Realista Histórico sim, não Materialista Histórico. 

E sou um Realista Histórico porque creio, por um lado, que os Humanos se Movem Por Interesses, e, por outro, que Existem Interesses Imateriais.  

Um exemplo: 
— Considero que é do meu interesse falar Português o que não é, claramente, um interesse material.  

Este interesse em falar Português pode parecer um interesse tolo… mas não o é!

Imaginem que para pagarem os vossos impostos, tinham de falar Castelhano (que é o que acontece a Bascos, Catalães e Galegos) e logo verão que o não é. 

Fim 

 

 

Escrito entre 14 e 20 de Junho de 2015.
Publicado no meu descriado Facebook em 20 de Junho de 2015.
Recuperado a partir do pdf que então criei, publiquei no Facebook e enviei a diversas pessoas (ver aqui).

 

 

 

 

 

 

FIM

 

Estou aqui para fazer propaganda!

28.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

Estou aqui para fazer propaganda!

propaganda eleitoral

 

 

O “jornalismo” que não ousa dizer o seu nome, da autoria de Alberto Gonçalves.

Um comentário, da minha autoria.

 

 

O “jornalismo” que não ousa dizer o seu nome


A Covid trouxe à superfície imensas coisas, quase todas repulsivas. Uma delas foi a facilidade com que a vasta maioria dos órgãos de “informação” (com aspas) suspenderam o escrutínio.


No dia 18 de Agosto, o “Público” colocou “on line” um artigo do médico anestesiologista Pedro Girão. No dia 19 de Agosto, com um pedido de desculpa aos leitores, o “Público” removeu o artigo, a que chamou um “erro”.

O artigo, que condena a “loucura mediática e o pânico geral”, era crítico das políticas da Covid, principalmente da vacinação de crianças e adolescentes, que o autor considera motivada por “argumentos irracionais, emotivos e políticos”. O dr. Girão cita nomes, por exemplo os do Presidente da República e do coordenador da “task force”, que terão excedido “de forma escandalosa e irresponsável as suas competências”. Mais à frente, acrescenta o nome do dr. Costa e o respectivo “registo habitual, cínico e falso”. Por fim, o dr. Girão declara-se indisponível para sujeitar os filhos a “experiências (…) exigidas e decididas por especialistas cobardes, por médicos cobardes, por políticos cobardes, por militares cobardes”.

Na nota da “direcção editorial”, o “Público” explica que a “despublicação” [sic] do artigo se justifica em parte “pelo tom desprimoroso e supérfluo usado pelo autor em relação a várias personalidades da nossa vida pública”. A parte que falta é um mimo. Embora o “Público” seja “um jornal que cultiva e estimula a diferença de opiniões que alimenta as sociedades democráticas”, “há padrões e valores que não podem ser cedidos em nome do pluralismo. Numa questão tão sensível como a da pandemia, recusamos em absoluto promover juízos que tendem a negar a importância ou o relativo consenso científico em torno das vacinas”.

Em suma, o “Público” está aberto a todas as opiniões, menos aquelas das quais discorda. Além disso, não permite que se trate com “desprimor” as “personalidades”, excepto, evidentemente, se estas fizerem juízos divergentes da “direcção editorial” ou das “personalidades” que o “Público” aprova, o que aliás vai dar ao mesmo. É um exercício divertido procurar textos em que os senhores do “Público” recorrem ao “desprimor” para lidar por exemplo com os blasfemos da Covid. E é um exercício fácil: a 20 de Agosto, o próprio director insulta de tudo os desalinhados do discurso oficial na matéria. Tempos antes, o dr. Manuel Carvalho designara por “delinquente” um político português, e não, não foi o político que atropelou mortalmente um infeliz sem sair do carro para lhe prestar assistência. Até porque, de acordo com o dr. Manuel Carvalho, acusar esse particular político por esse particular incidente “não cabe nos valores de uma sociedade e de uma classe política decentes”. Numa sociedade decente, os serviços que o “Público” presta a uma parte da classe política jamais seriam confundidos com jornalismo.

Já sei, já sei. Eu não leio o “Público”. Vocês não lêem o “Público”. Ninguém lê o “Público”. O problema não é especificamente o “Público”. Ou o “Expresso”. Ou o “DN”. Ou a TSF. Ou a SIC. Ou a RTP. Ou o que quiserem. A relativa irrelevância de cada um destes “media” não atenua a circusntância de todos concorrerem para um fim comum: a subjugação descarada às directivas do poder, logo que o poder seja socialista ou aparentado.

A Covid trouxe à superfície imensas coisas, quase todas repulsivas. Uma delas foi a facilidade com que a vasta maioria dos órgãos de “informação” (com aspas) suspenderam o escrutínio e, em nome de um imaginário consenso “contra” a epidemia, se colocaram aos pés de quem manda. Subitamente, quem manda passou a mandar nos jornais e nas televisões. Subitamente, vírgula. A ascensão da Frente de Esquerda, em 2015, não teria sido tão macia sem um “jornalismo” (com aspas e risos) em larga medida disposto a legitimar a empreitada. A Covid apenas ajudou a escancarar a pouca-vergonha. O que antes eram louvores comparativamente subtis ao dr. Costa e aos comparsas leninistas são hoje propaganda descarada, e colaboração activa na censura de opiniões e factos incómodos. A propaganda e a censura escorrem por aí sem pudor nem modos. É escusado explicar que nada disto pertence a uma democracia.

E é escusado notar que o cerco se aperta em redor dos fogachos de liberdade que ainda não permitiram oficializar a descida do país a uma autocracia caribenha. Aos donos disto não basta ter por garantida a obediência de quatro quintos das redacções: é preciso garantir que o resto não pia. Há meses, por obra de um discípulo de Estaline que honra a bancada do PS, regressou o lápis azul, possivelmente de outra cor e coberto de uma hipocrisia beata que nem o Estado Novo ousava. Agora, o governo pretende alterar o Código Penal a fim de demitir, proibir de exercer e afinal destruir os funcionários púbicos, professores, jornalistas e quem calhar de incentivar a “discriminação” e o “ódio”. As definições de ambos os conceitos serão deles, a desgraça nossa. Eis mais um passo firme no sentido do totalitarismo, que os lacaios do regime desvalorizam porque contam beneficiar dele. Duvidam? A notícia saiu no “Público”, e o “Público” estava feliz.

 

 

Um comentário


A Terceira República Portuguesa é a república dos filhos espirituais de Marcelo Caetano, que era fascista, coisa que Salazar não era.

 

 

O artigo de Alberto Gonçalves foi publicado no Observador às 02:54 de 28 de Agosto de  2021. Ver aqui.

 

 

 

 

 

 

FIM

 

A Miragem da Imunidade de Grupo

26.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

O Almirante Gouveia e Melo

Almirante Gouveia e Melo

 

Recebi há dias uma mensagem de correio electrónico, uma mensagem remetida por um colega e antigo colega — colega porque é, como eu, engenheiro electrotécnico e de computadores, antigo colega porque fomos contemporâneos no IST no tempo em que por lá fizemos Reuniões de Pavilhão para debatermos a Reforma Veiga Simão e a redução da duração dos cursos de engenharia de seis para cinco anos —, uma mensagem cujo assunto era A Miragem da Imunidade de Grupo, uma mensagem cujo cujo texto era 

Sem o detalhe dos números nem o conhecimento que o Vasconcelos Costa tem, também já tinha suspeitado que, com a variante Delta, podemos dizer adeus à Imunidade de Grupo.
   Como se conclui do que Vasconcelos Costa diz, isso não quer dizer que estejamos desarmados ou condenados. Mas quer dizer que temos de perceber o que passa e vai passar e temos de nos adaptar.
   Como estou farto de dizer aos amigos, não podemos estar sempre a invocar o santo nome da ciência em vão. Se queremos contar com a ciência (e queremos) temos de discutir as situações, de forma clara e transparente, para que as pessoas percebam e actuem em conformidade.

uma mensagem que trazia em anexo um ficheiro pdf que continha o texto que abaixo reproduzo

A MIRAGEM DA IMUNIDADE DE GRUPO

João Vasconcelos Costa

“Gouveia e Melo: vacinando acima de 85% da população “muito provavelmente iremos atingir” a imunidade de grupo”. Não é primeira vez que o almirante se pronuncia sobre o que não sabe. Também o têm feito políticos e comentadores opinativos. Lamentavelmente, também especialistas e até está escrito no atual plano de desconfinamento. Já somos alguns a dizer o contrário, mas estranho o silêncio de alguns epidemiologistas ou virologistas.

Escrevi aqui, há tempos: esqueçam a imunidade de grupo! Recordo uma noção básica: para que uma epidemia, ou pandemia, se extinga não é necessário que toda a população esteja imunizada. O vírus deixa de ter condições de propagação quando uma percentagem variável da população lhe é resistente, o que se chama imunidade de grupo (menos simpaticamente, imunidade de rebanho se traduzirmos à letra do inglês herd immunity), mas isto não é fenómeno de tudo ou nada. Segundo o modelo consagrado, SIR, depois o SEIR, a propagação depende de três variáveis: S, o número de suscetíveis (mais E, o número destes suscetíveis que estão efetivamente expostos); I, o número de infetados a cada momento; e R, o número de recuperados). Esta dinâmica não dá um salto brusco num só momento. A diminuição de S, principalmente pela vacinação, não tem efeitos só quando se atinge a imunidade de grupo.

Também é de conhecimento básico da epidemiologia que o limiar de imunidade de grupo (a fração da população resistente) se pode calcular em função do número reprodutivo, R0 (a quantas pessoas um infetado transmite), pela fórmula L=1-(1/R0). Vê-se facilmente que a imunidade de grupo para uma doença altamente transmissível, como o sarampo, com R0 de 16 a 18, exige uma altíssima percentagem de vacinados. No caso do SARS-Cov-2, os cálculos do R0 apontam para uma média de 2,5. Donde L=1-1/2,5=0.6 ou seja 60%. Com um valor de 3, chega-se aos quase 70% de que tanto se falou. É claro que não é necessário que esta seja a percentagem de vacinados. Se admitirmos como hipótese que a recuperação da infeção confere imunidade equivalente à vacinas, temos de entrar em conta também com a percentagem de recuperados que, em Portugal, é de cerca de 9%.

Isto complicou-se com a muito maior transmissibilidade da variante delta. De onde vêm os 85% de que agora tanto se fala? Calculando para um R0 de 6,7. De facto, é difícil calcular o R0 para uma variante que se instala já com a pandemia em pleno desenvolvimento. R0 não é o mesmo que Rt; o R0 refere-se à fase inicial, “natural”, quando ainda não estão em vigor medidas de combate. A estimativa do R0 da variante delta tem sido feita por modelos ou por projeção da sua transmissão a partir da situação atual. Os valores variam muito, entre 5 e 10. Podemos, portanto, aceitar, teoricamente, aquele valor de 6,7.

Mas as coisas são muito mais complicadas. O que sabemos bem das vacinas foi o resultado dos ensaios clínicos, havendo ainda poucos dados pós-vacinais. E os ensaios, que mostram cerca de 95% de eficiência, mediram-na em relação à doença clínica, quando sabemos que a maioria dos casos de covid são assintomáticos mas contribuindo para a transmissão. E, do ponto de vista epidemiológico e da extinção da pandemia, é isto que interessa exclusivamente, não a doença e as mortes. Ora ainda é incerta, com dados muito variáveis, a eficácia das vacinas contra a transmissão, que se sabe bem que também ocorre em vacinados. Com otimismo, aceitemos uma eficácia de 70%. Então, é necessário introduzir esse fator no cálculo do limiar de imunidade de grupo. Não é fácil calculá-lo, mas, muito grosseiramente, vou considerar 1/Et, sendo Et a eficácia vacinal contra a transmissão. Então, o limiar da imunidade de grupo passa a ser L=1/(1-6,7)x(1/0,7)=1,2, ou seja 120% da população! Claro que isto não significa irrelevância da vacinação. Repito que o controlo da epidemia tem uma dinâmica que não começa só com a imunidade de grupo. Toda a vacinação, a qualquer nível, tem sempre grande efeito no combate à infeção, que mais não seja – e é muito! – no combate à doença grave e à mortalidade.

Portanto, esqueçam a imunidade de grupo! Quer isto dizer que não se vai controlar a pandemia? De forma alguma. Como disse, isto não é coisa de zero ou cem. Todas as pandemias, mesmo sem vacinas, se extinguiram, como tal. Como tal, quer dizer com a transmissão epidémica ao nível que tivemos. Como sempre, o vírus vai estabelecer um equilíbrio com a população. Do ponto de vista evolutivo, isto é o lógico pela seleção natural: nenhuma espécie na natureza sobrevive (e a sobrevivência dos espécies é a lei natural) destruindo as suas fontes necessárias de vida. Da mesma forma, um vírus não pode destruir demasiadamente o seu alimento, as pessoas de que depende para a espécie sobreviver. Costumava dizer aos meus alunos que um vírus aparece como uma criança estouvada que parte a louça toda mas que depois amadurece e ganha juízo como adulto.

O que vai acontecer, como já aqui escrevi repetidamente, é que esse equilíbrio não passa pela impossível erradicação do vírus. Ele vai-se tornar endémico, sempre com um número de casos suficiente para a sua manutenção na natureza a baixo nível e provavelmente com menor letalidade, como acontece com muitos vírus. Vamos ter que aprender a viver com ele, protegendo vacinalmente (cada ano?) os mais vulneráveis à doença grave e à morte, como já acontece com a gripe. Alguns países (notoriamente o Reino Unido e Singapura) já adotaram isto como política e muitos outros, como os escandinavos (Suécia incluída desde há muito) estão na prática a fazê-lo, com quase total alívio do controlo (exceto a vigilância epidemiológica e o controlo das viagens), mesmo que não o digam explicitamente.

NOTA: excepcionalmente, tenho um pedido a fazer. Como não é fácil publicar nos jornais o que vai contra a opinião dominante e muito menos quando isso pode parecer crítica aos jornalistas, peço aos amigos que concordem com isto e achem importante a sua divulgação que o façam como puderem, nomeadamente partilhando este “post”.

 

Lida a mensagem e o anexo conclui que o meu colega ma tinha enviado por força do pedido que João Vasconcelos Costa, o autor, fazia na nota final.

Seguidamente, e dado que não conhecia João Vasconcelos Costa nem nunca nele tinha ouvido falar, fui investigar quem era.

Deu-me um bocadinho de trabalho, confesso, mas acabei por chegar à conclusão de que era licenciado, doutor e agregado em Medicina (Microbiologia), que tinha  sido investigador sénior e director do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência, professor catedrático convidado e director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (ver aqui) e, também, que o texto que o meu colega me tinha enviado tinha sido publicado no FAROL XXI, mas sem a nota final (ver aqui), e com a nota final (ver aqui), no Facebook do próprio João Vasconcelos Costa (ver aqui).

 

Isto feito respondi ao meu colega como segue 

Boa tarde

Obrigado pelo envio do texto “A Miragem da Imunidade de Grupo”, da autoria de João Vasconcelos Costa.

Segue o meu comentário.

O vírus pode ser visto como o predador, o humano como a presa e a imunidade de grupo como o equilíbrio predador-presa, sistema que pode ser matematicamente modelado pelas Equações de Lotka-Volterra. Ver também Interacções entre espécies - Predação.

Esta aproximação à questão é pouco comum nos médicos por duas razões:

    1. Estão focados no paciente, na Maria ou no Manel, não na população em geral.

    2. Querem curar o paciente, no limite evitar ao dito o sofrimento e a morte, o que não é possível de ser realizado caso nos foquemos na população em geral, não no paciente em particular.

Vacinar toda a gente parece ter funcionado no caso da Varíola, uma doença infecciosa causada por uma de duas estirpes do vírus da varíola – variola major e variola minor, mas não tem hipótese de funcionar no caso do coronavírus SARS-CoV-2 por duas razões:

    1. O vírus tem várias estirpes, não sendo ainda claro quantas, e parece estar continuando a mutar, o que significa que virá a ter ainda mais estirpes.

    2. As vacinas, pelo menos as ocidentais – Pfizer, AstraZeneca, Johnson & Jonhson – são de banda estreita, eficazes (e ao que parece não muito) para uma determinada estirpe, não para todas.

No que concerne às vacinas orientais – chinesa, iraniana, russa – nada digo porque nada sei.

Significa isto que a vacinação de toda a população, vacinação em que tantos estão tão interessados, é um Negócio da China para as Farmacêuticas que vendem as vacinas, para os Burocratas que recomendam a sua compra, para os Políticos que autorizam a dita compra, mas nada mais que isso.

E, nota, nem toquei na questão de as vacinas ocidentais serem experimentais, o que faz com que quem com elas é injectado vire cobaia da dita experimentação.

Abraço

Álvaro Athayde

 

População de presas e predadores obtidas utilizando o modelo de Lotka-Volterra

População de presas e predadores obtidas utilizando o modelo de Lotka-Volterra.

 

 

 

 

 

 

 

FIM

 

O Afeganistão e o Interesse Nacional dos EUA

22.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

O Afeganistão e o Interesse Nacional dos EUA

Helicóptero militar norte-americano sobrevoa a embaixada dos EUA em Cabul, dia 15/8/2021. Foto: AFP / Wakil Kohsar

 

No Afeganistão os Estados Unidos da América (EUA) tiveram, “entradas de leão, saída de sendeiro”, tal como já tinha acontecido no Vietname do Sul, coisa que está a deixar muita gente muito assustada.

Mas o facto é que em ambos os casos os EUA sairam porque já não era do seu interesse nacional ficarem, algo que no actual caso do Afeganistão foi claramente afirmado pelos Presidentes Donald Trump e Joe Biden.

 

Mas porque é que está tanta gente tão assustada ?

A meu ver porque entregaram a sua vida aos EUA, convictos que estes lha garantiriam, e agora, vendo o que se passou no Afeganistão, em geral, em Cabul em particular, receiam que tal não aconteça.

 

Diz o sábio povo português que “o medo é que guarda a vinha”

Ora se os afegãos, ou parte deles, não só não tiveram medo dos EUA, como derrotaram os EUA, poderemos esperar, pensam, que outros quaisquer percam igualmente o medo aos EUA e nos ataquem a nós, a nós que entregámos a nossa vida aos EUA !

E têm medo …

Têm medo e querem que alguém (mas não eles) vá a Cabul, ao Afeganistão, defender a mulheres afegãs dos homens afegãos ou, no caso dos mais evoluídos, defender os "valores ocidentais".

 

Defender os "valores ocidentais” !?

Quais "valores ocidentais” !?

 

Mas aceitemos que sim, que os “ocidentais” deveriam ir a Cabul, ao Afeganistão, defender, melhor dito impor, os "valores ocidentais” …

Ora não é exactamente isso – a tentativa de impor pela forças das armas um determinado número de “crenças”, um determinado número de “valores” – aquilo que distingue as guerras de religião das demais guerras ?

Será que o “fardo do homem branco” virou o “fardo do homem ocidental” !?

Ou será que o “fardo do homem ocidental” não é senão a versão politicamente correcta do “fardo do homem branco” ?

 

 

 

 

 

 

FIM

 

Contos velhinhos

21.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

Contos Velhinhos

Se cá nevasse eu fazia ska ski

 

Três interpretações:


  1. A do Dr. Ângelo Araújo (18/02/1919–30/07/2010), a do autor.

  2. A do Dr. José Afonso (02/09/29–23/02/1987), a mais conhecida.

  3. A do Dr. Miguel Piçarra Monteiro, do Grupo de Fado "Capas ao Luar", na Serenata Monumental de 2019.

 

contos velhinhos de amor
numa noite branca e fria
tantos tenho p'ra contar

contos velhinhos de amor
numa noite branca e fria
tantos tenho p'ra contar

são pétalas duma flor
desfolhadas ao luar

contos velhinhos de amor
numa noite branca e fria
tantos tenho p'ra contar

contos velhinhos os meus
são contos iguais a tantos
que tantos já nos contaram

contos velhinhos os meus
são contos iguais a tantos
que tantos já nos contaram

são saudades dum adeus
de sonhos que já passaram

contos velhinhos os meus
são contos iguais a tantos
que tantos já nos contaram

 

 

 

 

 

 

 

 

FIM

 

Migração do blogue “coisas & loisas”

21.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

 

Migração do blogue “coisas & loisas” - 2

 

Resolvi transferir o blogue coisas & loisas, que criei usando o Blogger da Google, para o SAPO Blogs da SAPO, plataforma que, de agora em diante, passarei a usar.

Importei as publicações antigas do Google Blogger para o SAPO Blogs mas ainda as não revi, tarefa que me demorará semanas, talvez meses, a realizar.

Entretanto, e dado que não destrui o blogue antigo, o que está no Google Blogger, não estou especialmente preocupado.

 

 

 

 

 

 

FIM

 

 

 

Guerra Colonial ou Guerra do Ultramar?

09.08.21 | Álvaro Aragão Athayde

Comandos Africanos: “Os portugueses traíram-nos, fomos abandonados sem piedade”


Mas não é a mesma guerra?

Então porque fazem uns tanta questão em chamar-lhe Guerra Colonial e outros em chamar-lhe Guerra do Ultramar?

Porquê?

Porque estão em jogo a legitimidade do Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, bem como a legitimidade da Terceira República Portuguesa de que o dito golpe foi acto fundador.

Vejamos…

Se os territórios eram colónias, território estrangeiro a explorar enquanto tal fôr vantajoso para a metrópole, a vender, trocar, dar, abandonar, quando tal exploração deixar de ser vantajosa pata a metrópole, o Golpe Militar e a Terceira República estão legitimados: não era do interesse dos portugueses stricto sensu que Portugal continuasse sendo uma potência colonial.

Mas se os territórios eram território nacional, não colónias, tese defendida pelo General José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, pelo Doutor António de Oliveira Salazar, por muitos outros, o Golpe Militar e a Terceira República estão deslegitimados: era do interesse dos portugueses lato sensu que Portugal continuasse sendo uma potência multicontinental, multirracial e multicultural.



Portugueses stricto sensu Os portugueses nascidos na Península Ibérica e, vá lá, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, que são suficientemente brancos para não serem considerados pretos como o são os cabo-verdianos e os são-tomenses.

Portugueses lato sensu Os portugueses nascidos em qualquer parte do mundo, sejam brancos, pretos, indianos, chineses, timores, mestiços.








Etiqueta principal: Guerra do Ultramar.