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coisas & loisas

coisas em que vou pensando e loisas de que gosto, ou não

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A estranha identidade dos portugueses

20.10.21 | Álvaro Aragão Athayde

Bigode do Tuga

Bigode do Tuga

 

Os portugueses, os portugas, os tugas, dizem-se europeus.

Tão europeus como os alemães, os belgas, os dinamarqueses, os espanhóis, os franceses, os holandeses, os ingleses, os italianos, os noruegueses, os suecos, que tanto admiram e invejam.

 

Tão europeus não, mais europeus!

Mais europeus do que os alemães, os belgas, os dinamarqueses, os espanhóis, os franceses, os holandeses, os ingleses, os italianos, os noruegueses, os suecos, que tanto admiram e invejam.

 

E tão europeus, tão europeus, se consideram que tomam como suas as guerras que os europeus têm com diversos estados e povos, a oriente e a sul.

 

Mas, simultaneamente, consideram-se únicos proprietários de Camões e de Vieira.

Luis de Camões e António Vieira são portugueses, portugas, tugas, europeus!

Luis de Camões e António Vieira são nossos, muito nossos, de mais ninguém!!!

 

É estanho…

 

Que os castelhanos, os espanhóis se considerem europeus e, simultaneamente, únicos  proprietários de Cervantes percebo:

  • Cervantes nasceu, viveu, morreu em Castela-a-Velha e o mais que se afastou da Europa que os portugueses tanto amam foi quando andou combatendo os turcos no mediterrâneos e quando esteve cativo em Argel.


Agora que os portugueses, os portugas, os tugas, se considerem europeus e, simultaneamente, únicos proprietários de de Camões e de Vieira não percebo:

  • Luis de Camões nasceu e morreu em Portugal, no Reino, no Aquém Mar, mas passou mais anos da sua vida adulta no Além Mar, no Império, do que no Aquém Mar, no Reino, e é do Além Mar, do Império, que trata a maior parte da sua obra.
  • António Vieira, que também nasceu em Portugal, no Reino, no Aquém Mar, mas que morreu no Além Mar, no Império, no Brasil, também passou mais anos da sua vida adulta no Além Mar, no Império, do que no Aquém Mar, no Reino, e também é do Além Mar, do Império, que trata a maior parte da sua obra.

 

Theobald von Oer. Der portugiesische Nationaldichter Luis Vaz de Camões (1850)

Theobald von Oer. Der portugiesische Nationaldichter Luis Vaz de Camões (1850)

 

 

 

 

 

 

 

FIM

 

Estabilidade Fiscal e Separação de Poderes

06.10.21 | Álvaro Aragão Athayde

Injustica Fiscal

Injustiça Fiscal

 

 

Uns queixam-se da Injustiça Fiscal outros da Instabilidade Fiscal e, em minha opinião, uns e outros queixam-se com muita razão. 

E queixam-se com muita razão porque o que tem vindo a acontecer é os Governos adaptarem a Receita à Despesa, não a Despesa à Receita. 

Todos os anos, na Lei do Orçamento do Estado, os Governos mexem nos Impostos, aumentando-os normalmente, assim procurando garantir poderem vir a dispor da Receita necessária à Despesa que prevêm realizar.

E se o dinheiro lhes faltar pedem-no esprestado!

 

Em termos de Economia Doméstica sistema seria viável?

É evidente que não!

 

Dir-me-ão que a Lei do Orçamento do Estado não é do Governo, do Executivo, mas do Parlamento, do Legislativo, o que é formalmente verdade mas, dado que em Portugal o Executivo manda e desmanda no Legislativo, não o é substancialmente.

 

Como resolver esta questão?

Em minha opinião proibindo o Governo, o Executivo. de mexer nos Impostos.

 

O Parlamento, o Legislativo, fixaria os Impostos que o Governo poderia cobrar nos próximos, digamos cinco anos, e o Governo fixaria, ano a ano, como seriam dispendidos os Impostos que estava autorizado a cobrar nesse ano.

Ou seja, separar-se-iam claramente, na questão dos Impostos, os Poderes Legislativo e Executivo, assim acabando com a prosmicuidade actualmente vigente.

 

E se algo ocorresse de extarordinário?

Se ocorresse por exemplo, um terramoto, como se faria?

 

Simples.

O Parlamento, o Legislativo, reconheceria a extarordinariedade e autorizaria o Governo, o Executivo, a tomar as medidas necessárias para acorrer à dita extarordinariedade.

 

 

 

 

 

 

FIM