O Príncipe das Astúrias e o Príncipe do Brasil
¿Por qué ningún rey de España visitó sus posesiones americanas, como sí lo hizo la realeza portuguesa en Brasil?
Álvaro Aragão Athayde, ha trabajado en Universidad de Coimbra
Actualizado el 16 dic 2019
Fernando, príncipe de Asturias (1800), obra de Goya.
Vou-lhe responder em Português, caro Fermín Castro, espero que compreenda.
Os Reis de Espanha, começando por Carlos I, que foi o Primeiro Rei de Espanha, não consideravam que as Índias de Castela fossem Território Nacional, como agora se diz e passe o anacronismo.
E este ponto de vista, que já existia no tempo dos Áustrias Espanhóis, agravou-se, e muito, no tempo dos Bourbons Espanhóis.
E note que esta concepção era partilhada pelos Monarcas e pelos seus Súbitos.
Se for aos pormenores constatará que Fernando VII ainda tentou dirigir-se para Sul para fugir como o Bragança fugiu – narrativa muito do gosto da Historiografia Francesa e de alguma Historiografia Espanhola –, tendo sido impedido de fugir por Espanhóis, não por Franceses.
Os Reis de Portugal tinham uma perspectiva diferente sabe?
Afonso III (1210 – 1279), Rei de Portugal, passou a intitular-se Rei de Portugal e do Algarve após a Conquista de Faro, capital do Reino Mouro do Algarve, a 27 de Março de 1249, e do Tratado de Badajoz, assinado em 16 de Fevereiro de 1267 por Afonso III de Portugal e Afonso X de Leão e Castela.
Afonso V (1432 – 1481), Rei de Portugal e do Algarve, passou a passou a intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África após a Conquista de Arzila, a 24 de Agosto de 1471, da subsequente ocupação da abandonada Tânger e da elevação do Senhorio do Norte de África à condição de Reino d'Além-Mar.
O Recuo do Rei e da Família Real para o Estado do Brasil (criado por João III de Portugal em 1549) foi considerado por várias vezes no decorrer da Guerra de Restauração (1640 – 1648), não tendo chegado a ocorrer porque a sorte das armas foi favorável a Portugal e desfavorável a Espanha.
João IV (1604 – 1656) elevou o Estado do Brasil a Principado do Brasil em 1645 e a partir desse ano o título de Principe do Brasil passou a ser atribuído aos Herdeiros Presuntivos do Trono de Portugal.
Portanto quando, a 29 de Novembro de 1807, Maria I, Rainha de Portugal e dos Algarves, etc., toda a Família Real, toda a Corte, partem para o Brasil, partem para o Principado do Brasil, principado de que era principe João, na época Principe Regente, depois João I do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves e ainda depois João VI do Reino de Portugal e dos Algarves.
Não fogem, partem para os seus Domínios no Brasil.
Que aos Franceses dê jeito a narrativa da fuga do Bragança percebo.
Os Franceses continuam a adorar Napoleão Bonaparte, a não engolir a sua derrota na Península Ibérica, na Rússia, em Waterloo e, também, a achar que a França tem Direito Divino a Governar o Mundo.
Que os Espanhóis alinhem com os Franceses na narrativa da fuga do Bragança já não percebo.
FIM